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Ainda falta cerca de uma hora contudo, neste escritório, já todos entraram em modo férias muito antes da hora de almoço
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Ainda falta cerca de uma hora contudo, neste escritório, já todos entraram em modo férias muito antes da hora de almoço
Eu sei que o mundo é injusto quando estão 30º lá fora e eu tenho um dia longo de trabalho pela frente.
De manhã enfiada numa loja de loiças onde ninguém vai entrar e de tarde no escritório de um stand automóvel onde os únicos carros que vou ver a passar é em direcção á praia de Santa Cruz.
PS: eu sei que o mundo é muito mais injusto que isto, claro! Mas cada um sofre com os seus dramas pessoais.
Ok, o titulo soa muito femininista mas é um facto. Cada vez mais tenho visto raparigas desanimadas com os homens. Cada vez mais se ouve a frase "os homens são todos iguais". Cada vez mais vejo homens a esforçarem-se cada vez menos.
Atenção, não é que seja o meu caso! Felizmente o meu M.C. é uma excepção á regra e eu tenho a perfeita noção que tenho o melhor namorado do mundo
E, para além do meu namorado, ainda há mais meia dúzia deles espalhados por ai...e dois deles vieram cá a loja
Apareceram cá duas senhoras para ver. Correram a loja toda, fizeram perguntas sobre preços, materiais, etc. Comentaram entre elas o que mais gostavam e foram embora. Passado, talvez meia hora, vieram dois senhores perguntar o que as tais senhoras tinham gostado porque eram os maridos e queriam fazer-lhes uma surpresa.
Eu apresentei-lhes as peças que ambas tinham comentado e demonstrado maior interesse e, sem pestanejar, mandaram embrulhar para oferecer.
O facto de ter gostado não foi porque aconteceu na loja onde trabalho (embora a patroa agradeça que assim seja, claro.) mas sim porque acho mesmo que vale a pena por os olhos nestes homens.
Eles não compraram nada de transcendente e nem foi nada muito caro porque eram peças de vidro. Nem foi nada que era mesmo para elas, porque são peças para a cozinha. No entanto foram escolhidas por elas. São coisas que elas realmente gostam e querem.
Para alem disso, o que me impressionou também foi o facto de um dos casais morar em Aveiro, segundo o que disseram, e terem conhecidos na fábrica da VA. Tendo em conta essa informação, sabe-se que este casal teria fácil acesso ás peças que foram cá compradas, a um preço bastante inferior aos que pagaram. No entanto, como a senhora tinha visto as peças naquele dia, não faria sentido para o marido, só comprar passado muito tempo quando, provavelmente, a esposa já nem se lembraria da peça.
Gostei realmente da atitude e espero que estes senhores não sejam uma grande excepção á regra.
Juro que ao acontecer-me isto lembrei-me imediatamente deste post d'A Lupa de Alguém.
Apareceu aqui na loja uma senhora que queria algo para oferecer a uma rapariga de 26 anos. A senhora estava á procura de uma caixa, guarda jóias ou um bibelô qualquer. Não tinha bem a certeza do que queria, apenas sabia que tinha que ser em cristal e tinha que ser bonito aos olhos dela.
Inicialmente, mostrei-lhe o que tínhamos exposto para ver se algo lhe agradava, no entanto recusou tudo. Ou era muito caro, muito feio, muito grande ou muito pequeno. Então começou a ver coisas em porcelana e eu mostrei-lhe igualmente o que tínhamos mas continuou a não gostar de nada.
Perguntei-lhe então até quanto é que queria gastar, ao que ela me responde "no máximo, 60€". Pensamento inicial: a C.J. é que tinha razão. Há pessoas que não sabem mesmo em que loja entram.
Esforcei-me por encontrar algo que fosse de encontro ao que a senhora procurava mostrando-lhe outras peças, incluindo as de vidro ou de porcelana inferior, contudo a senhora não estava disposta a comprar algo inferior mesmo sendo bonito e barato.
Chegamos por fim á conclusão que não havia nada na loja que satisfizesse os requisitos da senhora. Ao que ela me pergunta: "Qual é a loja mais próxima daqui? Pode ser que lá haja mais escolha!"
(juro que tive vontade de rir. Mais escolha? A 60€? Boa sorte!)
"Tem nas Caldas da Rainha ou em Lisboa. Penso que não haja mais loja nenhuma mais perto que isso."
"Lisboa, onde?", perguntou ela...
"Tem nos shoppings: No Vasco da Gama, no Colombo, no Dolce Vita Tejo..."
"Há no Dolce Vita? Tem a certeza?"
"Sim. Já vi lá e sei que tem."
"E em que piso?!"
Bem, eu não passo a vida em shoppings, por isso acho perfeitamente natural eu não saber de cor em que piso ficam as lojas... "Isso já não lhe sei dizer. Mas sei que há."
"Não sabe?! Como não sabe? Vocês não trabalham todos para a Vista Alegre?!"
Foi neste momento em que me lembrei do post e compreendi a forma como a Anabela Neves reagiu com a senhora no supermercado. Eu própria tinha vontade de virar costas á cliente, ou mesmo manda-la sair. A arrogância como ela falou deixou-me de tal forma perplexa que nem sei bem o que lhe respondi.