...para ser simpática! Porque a minha vontade é mesmo apertar-lhe o pescoço!

 

Ou sou eu que ando muito nervosa e instável ou é a patroa que não anda a jogar com o baralho todo! Só pode!

 

2ª feira, dia 16, ás 18:15h +- a patroa liga-me:

- Susana, pode ir para casa! O C. disse que o transito está todo cortado em Torres por causa do Carnaval, se não fez vendas até agora já não vai fazer de certeza! Não espere pelas 19h.

- Ok, obrigada S. Quando a cliente que entrou sair eu vou também.

- Ok.

 

Azar ou sorte essa cliente comprou.

Como é habito, enviei um mail para a patroa "Vendi 2 pratos de fruta e 2 de sopa do Foliage. No valor de ..,..€"

 

Passados nem 5 minutos dessa cliente sair entra um casal. Eu toda contente fui atende-los e voltei a vender...e voltei a mandar um mail á patroa:

"Ainda bem que não fechei. Ao final do dia é que se fizeram vendas :) Vendi agora um açucareiro Cambridge e 2 chávenas de café. ...,..€"

 

Quando esses clientes saíram, peguei no dinheiro todo que havia em caixa e fui ao banco para depositar na conta mas, como era Carnaval, eles tinham a porta fora de serviço e não consegui lá entrar para fazer o deposito. Voltei para trás e guardei no nosso cofre...

 

Na 3ª tivemos folga por ser Carnaval e na 4ª voltei para a loja. Assim que abri tive mais vendas e voltei a mandar mail. "Vendi agora os 2 últimos pack vinho tinto clear, o fruteiro verde menta e o último pack de água verde menta. Vendi também 2 chávenas de café do tropics. ...,..€"

 

No entanto a patroa não tinha visto mail nenhuns nem de 2ª nem de 4ª por isso quando apareceu na 4ª de manhã na loja comentei com ela as coisas que tinha vendido e disse que o banco tinha estado fora de serviço por isso iria depositar no final desse dia o dinheiro das vendas de 2ª e de 4ª. Ela concordou e disse para fazer como me desse mais jeito mas que não me esquecesse de fazer o deposito porque a empresa precisava de dinheiro.

 

Á tarde manda-me um mail em resposta ás minhas vendas de 2ª que dizia apenas "Como é que foi pago esta importância? Ainda não esta na conta bancária!"

 

Passei-me! Primeiro pensamento: ela está a acusar-me de ter ficado com o dinheiro?!

 

Ao que respondi:

Parte foi em dinheiro (açucareiro Cambridge no valor de ..,..€ e pratos Foliage no valor de ..,..€ ). O valor ainda não está na conta porque não consegui fazer os depósitos na 2ª porque o banco estava fora de serviço (como lhe disse á pouco).  O restante (chávenas de café Cambridge no valor de ..,..€) foi em MB cujo o fecho foi feito ás 18:54h.

 O dinheiro recebido das vendas de 2ª feira e das vendas de hoje será depositado no final do dia como é habito a não ser que a S queira que vá lá já."

 

E ela apenas diz "Pode ser hoje ao fim do dia."

 

 

Sinceramente, passado umas horas sobre este assunto, não tenho a certeza se ela quis dizer o que eu interpretei mas se não fosse, poderia tê-lo dito de outra forma! Não gostei nada do que li principalmente porque trabalho com ela à 6 anos e nunca lhe tirei um clip que fosse...!

 

Certo é que depois dessa troca de mails, todas as conversas que se seguiram foi no tom habitual, como se nada tivesse acontecido...

 

Será que fui eu que interpretei mal?

Nunca gostei do Carnaval. Desde pequena que não gosto. Sempre que podia "fugia" e só regressava no final de toda a confusão.

 

Mais tarde quando comecei a trabalhar, descobri que uma das minhas colegas de trabalho é "louca" por tudo aquilo e até tem um grupo com quem vai para o corso. Não foi isso que me fez mudar de posição e pedia de pés juntos à patroa para não me mandar para Torres nessa semana. Ela lá arranjava forma da C.T. não tirar folga e sempre me fui safando...até este ano...

 

No dia do corso das escolas mandaram-me para o escritório porque não justificava ter a loja aberta (o corso passa mesmo aqui em frente) e, como as minhas colegas queiram vir ver os filhos a desfilar, fui para lá para haver alguém que abrisse a porta do escritório.

 

Na 3ª feira, apesar de não ser feriado, houve tolerância de ponto e safei-me ficando em casa.

 

Nos restantes dias é que me deparei com tudo o que realmente se passa nestes dias: Todas as ruas tinham um cheiro nauseabundo e cerveja e vomitado. Havia sítios que inclusivamente ainda estavam vomitados porque o serviço de limpeza ainda não tinha lá chegado. Havia garrafas e copos espalhados por todo o lado. Adolescentes a dormir no carro ou aos molhos a dormir na rua.

Às 9 da manhã ainda havia pessoal a sair da única discoteca que só abre para esta ocasião. Havia táxis e autocarros até perder de vista, à porta desta, cheios de miúdos que nitidamente cometeram demasiados excessos na noite anterior. E os que ainda não tinham conseguido um lugar num transporte publico para os levar para casa, acomodavam-se nos degraus da escada da discoteca.

 

Carnaval é isto? O Carnaval mais Português de Portugal é isto?

 

Reconheço que deve trazer milhares de euros ao estado. O investimento é muito pequeno em relação o lucro obtido. Mas á custa de quê?

É certo que noutras épocas ou até mesmo num fim de semana o cenário pode ser semelhante, uma vez que os adolescentes não costumam ter muito controlo no que bebem (falando na generalidade. Reconheço que há quem sejam muito mais consciente que muitos adultos, também) mas sendo tantos durante esta semana, é difícil ser indiferente!

 

Tendo em conta o meu conhecimento recentemente adquirido sobre este verso da moeda, prefiro continuar afastada do Carnaval, obrigada!

Desde sempre disse que tenho uma enorme pena da loja ir fechar. Eu e todas as clientes a quem digo que vamos deixar de trabalhar com a VAA. Todas dizem "Ai, e agora o que vai ser de Torres? Já não havia nada aqui...mais uma loja que vai fechar." E, de facto eu concordo. Não que não haja nada mas Torres está cada vez mais "vazio". Estão todos a sair de cá e com as ultimas alterações da câmara, o centro anda a ficar cada vez mais pobre.

 

Então, numa visita com o M.C. ao Museu do Vidro da Marinha Grande, surgiu uma ideia que ando a amadurecer. Tenho um medo de morte de andar com isto para a frente mas por outro lado é tão tentador que nem sei o que fazer.

 

A ideia era trazer de volta a VAA para Torres mas de outra forma mais bem explorada. Noutro local bem mais visível.

 

Nada que uns contactos, muita dedicação e alguma formação não ajudassem mas o que realmente me preocupa é o investimento que é necessário. Teria que recorrer a créditos e tentar obter alguns apoios e, como todos sabemos, tanto uma coisa como outra hoje em dia é tão difícil que dói. E ainda teria que enfrentar os meus actuais patrões e dizer que me ia embora para abrir algo parecido com o que eles tinham acabado de fechar.

 

Não sei qual dos problemas me apavora mais. Mas continua a ser tão tentador. E era algo meu! Algo que eu iria construir. Algo para me orgulhar mais tarde. 

 

Arrisco, não arrisco?

 

Ai! Porque não nasci rica para pelo menos não me preocupar com um dos problemas!

 

 

Não há muitas pessoas de quem posso dizer que gosto. A família e o namorado (claro!) e um ou dois amigos. Aquele gostar mesmo! Capaz de fazer qualquer coisa por eles, para eles!

 

Uma dessas pessoas é a C.R.

 

Mesmo depois de tudo o que ela já fez comigo! Se não fosse ela, ui!, de certeza que já tinha deixado de falar á muito tempo! Mas a ela, sabe Deus porquê, perdoo-o tudo. Mais cedo ou mais tarde perdoo-o sempre. E o que ás vezes me arrependo disso!

 

Ás vezes nem é nada de especial. Um comentário, um olhar, uma expressão. Mas já há tanta coisa acumulada que depois qualquer coisinha deixa logo magoa. E este fim de semana voltou a acontecer. Desta vez só eu notei. Ás vezes até duvido de mim própria e acho que eu é que estou a ser maldosa ou interpretei mal...

 

Este fim de semana o M.C. combinou café com uns quantos amigos nossos que já não vemos a algum tempo. Ela incluída. Ela e a minha irmã foram as primeiras a chegar e nós chegamos logo depois. Estávamos a falar sobre animais e que queríamos levar um gatinho para a nossa futura casa (só a minha irmã é que sabe que já temos uma casa semi escolhida mais ninguém sabia sequer que estávamos á procura). Ao que ela pergunta:

"Estão á procura de casa?" com um ar de enjoada que eu já conheço de cor. "Sim!", respondi eu. "Boa sorte!" devolve ela. Mas para fazer este comentário ela baixa a cabeça e diz entre dentes. Fê-lo tão disfarçadamente que ninguém percebeu. Ninguém excepto eu que já a conheço e sei as relações dela a tudo.

 

Não é nada de especial, eu sei. Mas custa ver alguém de quem eu gosto tanto fazer este tipo de observações. Quando foi ela a mudar de casa eu fiquei super contente e orgulhosa por ela ter conseguido independência. Ofereci-me para ajudar nas mudanças e nas arrumações e tudo. E agora que sou eu a dar esse passo a única coisa que ela diz é "boa sorte" com ar de quem acha que não vamos conseguir? Juro que não compreendo!

 

E o que custa mais é que já não é a primeira vez que a vejo fazer isso. Quando comprei o meu carro o ar foi o mesmo e os comentários foram semelhantes. Quando comprei uma lente para a máquina fotográfica (imagine-se!) foi igual e até o M.C. notou o quão aziada ela ficou.

 

Não compreendo. Parece quase uma inveja doentia. Sempre que faço pequenas conquistas tenho sempre alguém que me quer deitar abaixo...

...já não bastava o meu pai...

 

 

Cada vez que leio no FB daquelas fases a dizer que devemos afastar-nos das pessoas que são negativas e só nos colocam em baixo, lembro-me dela...mas depois não consigo afastar-me porque gosto realmente dela e desejo-lhe toda a sorte no mundo. Genuinamente.

E tudo isto ainda é mais frustrante porque sei que mais dia menos dia eu vou perdoar toda esta estupidez de comentários e vou arrepender-me novamente.