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Dados Lançados

"I'm not a perfect person. There's many things i wish i didn't do but i continue learning"

Dados Lançados

"I'm not a perfect person. There's many things i wish i didn't do but i continue learning"

Hoje estou cansada.

Cansada de clientes que vêm cá todos os dias perguntar apenas pelo preço da mesma peça na esperança que baixe mesmo depois de dizer que nunca irá baixar mais do que o preço que está porque já está o mais baixo possível.

Cansada das burocracias que nos impõem e que nos impedem de fazer o que quer que seja para desenvolver a terra onde estamos.

Cansada da concorrência que não sabe fazer as coisas dentro da lei e depois atacam em todas as direcções a tentar "matar" alguém.

 

Hoje estou simplesmente cansada. Apetece-me fechar os olhos e acordar quando todos forem correctos uns com os outros.

Já fomos e já viemos.

A viagem ao Continente passou a correr. Fomos sábado de manhã e voltamos domingo à noite. Depois de ter ido e voltado, não sei bem se não valia mais não ter ido.

 

Foi bom ter visto a família e os amigos. Os beijinhos e os abraços valem por mil viagens mas desde que partimos até aterrarmos de volta foi só problemas atrás de problemas.

 

- Filho, o carro avariou ali no estacionamento do aeroporto.

- Avariou? Então chama-se o reboque e pede-e um carro de substituição.

- O reboque está a chegar mas não temos direito a carro, só a um táxi para ir para casa.

- Mas eu não vou já para casa. Tenho que ir fazer compras para a loja com a Susana e depois ainda tenho uma reunião cá. Como é que vou fazer,preciso de carro cá!

 

- Amor, eu chamo o meu pai e ele vai dar essas voltas connosco e deixa-te na reunião. Eu volto com ele e mais logo venho buscar-te. Deixa os teus pais irem no táxi porque também têm que resolver a situação do carro agora.

- E as coisas que tinhas para fazer? Tens coisas combinadas em Torres...

- Paciência! Agora tem que se resolver isto.

 

- Susana, podes ir por a minha sogra a casa? O carro ficou na oficina...

- Posso. Mas não me posso demorar muito porque tenho que ir buscar o MC a Lisboa.

- Não, vai lá que ela mora já ali. Uns 10 minutos de carro.

- Ok

 

- Susana, preciso de ir ao supermercado para ir buscar coisas para o nosso jantar. Falta-me s

o umas coisinhas.

- Vamos lá, mas tem que ser mesmo rápido, daqui a 20 minutos tenho que ir embora buscar o MC.

- Sim, é rápido.

 

- Amor, onde estás?

- Estou a sair do supermercado com a tua mãe.

- Ainda? A reunião já acabou.

- Oh, vais ter que esperar então. Vou só deixa-la em casa e já vou para ai.

 

Esta correria toda foi toda no sábado. Quando eu já não dormia desde as 4h da manhã e não conduzia qualquer carro à 2 meses. Foi logo a "praxe".

Nessa mesma noite fomos beber um café com os nossos amigos. Café que mais parecia uma ceia. Saímos de lá quase às 3h da manhã. Se não fosse a diferença do fuso horário, quase que era uma directa. Coisa que já não faço desde os meus 18 anos.

Às 7h da manhã de domingo lá fomos nós fazer mas compras para a loja. Ficamos lá retidos até bem perto da 1h. Cada um almoçou a correr na casa dos pais e fomos para o aeroporto porque tava na hora de regressar.

 

Assim que chegamos ao aeroporto ainda tínhamos um amigo nosso à nossa espera para falar sobre alternativas aqui para a cidade. Cerca de 1h a discutir possibilidades com ele. Fazemos isto, tentamos aqui, vamos ver se isto resulta, vai-te informar sobre aquilo. Foi uma hora de ideias a brotar.

Quando chegamos ao nosso terminal vimos na internet que o avião da manhã da companhia onde íamos viajar tinha tido uma ameaça de bomba quando viajava de Ponta Delgada para Lisboa.

Não nos faltava ais nada! A ameaça foi de manhã mas como a companhia só tem um avião a fazer aquela rota, atrasando o primeiro voo atrasa todos os voos seguintes. E a brincadeira parva de algum engraçadinho valeu-nos mais 3h de espera no aeroporto.

 

Aterramos quase às 2h da manhã em Ponta Delgada. Atraso esse que vai custar quantias intermináveis à companhia, uma vez que o aeroporto de Ponta Delgada fecha definitivamente à 1h da manhã. Reter funcionários a trabalhar para nos receber não é coisa barata de certeza.

 

Hoje de manhã a vontade de levantar era 0. Depois de ter passado um fim de semana tão corrido e quase sem tempo para dormir a unica vontade que tinha era mantar-me na cama. No entanto o dever chama. 'Borá lá.

Hoje fomos roubados

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Hoje este colete foi roubado aqui na loja. Deu-se logo por falta da peça porque era o único colete que nos enviaram do Continente. O fornecedor já não tinha mais e os nossos colegas de outras lojas também não. Era o último e veio para a ilha, para a nossa loja. Para ser roubado.

 

Não é frequente a loja ter muita gente, até porque é pequena e não cabem muitas pessoas cá dentro mesmo que nós quiséssemos. Contudo hoje, durante um curto período de tempo, tivemos várias clientes e dois vendedores que estavam a tentar impingir coisas ao mesmo tempo.

 

O MC ficou a falar com os vendedores enquanto eu fiquei encarregue de atender as clientes. A confusão nestas situações é grande mas eu até pensava que estava a correr bem. No entanto, no final, após todos terem saído, demos por falta do colete.

 

Eu tinha visto uma das cliente entrar para o provador com ele e com outra peça nas mãos mas quando ela saiu não reparei o que ela trazia.

 

Depois de ela sair não entrou mais ninguém na loja. Viramos a loja toda do "avesso" e nada de aparecer o colete. O cabide onde o colete estava pendurado apareceu escondido por detrás de outras peças que estão penduradas junto ao provador mas do colete nem sinal.

 

Não gosto de julgar as pessoas mas tudo indicava que tinha sido aquela cliente a leva-lo, até porque é um colete pequeno e facilmente se coloca dentro da mala. Durante a confusão não deveria ser muito difícil esconde-lo.

 

Uma vez que ela já tinha cá vindo algumas vezes e tinha dito onde trabalhava (que por sorte ou azar era na rua ao lado da nossa rua) fui lá para falar com ela. Arranjei a desculpa que precisava de marcar uma consulta para o MC e lá fui eu ao centro de saúde. Marquei a dita consulta e pedi para chamar a senhora.

 

Confrontei-a e ela negou, claro! Concordou que tinha levado o colete para o provador mas jurou a pés juntos que o tinha deixado lá. Eu disse-lhe que tínhamos virado a loja toda e não o estávamos a encontrar mas como não tínha provas mais nada podia fazer.

 

Quando voltei ao balcão para concluir a marcação da consulta a senhora perguntou de que loja eu era. Pensei que fosse por curiosidade ou interesse, uma vez que somos novos aqui mas quando lhe disse ela respondeu "é que eu até estava aqui a comentar com a minha colega, sabe que a menina não é a primeira pessoa a vir aqui falar com aquela senhora por esse motivo? Que eu tenha assistido, já é a segunda, mas não sei se já não vieram mais."

 

Aqui estava a confissão que eu necessitava. Não valia a pena voltar a chamar a cliente mas já não restavam duvidas de que tinha sido ela.

 

Quando regressei a loja contei ao MC e ele fez um comunicado no facebook a dizer que a peça tinha sido roubada e que sabíamos quem o tinha feito. Que essa pessoa tinha 24h para a devolver quer pessoalmente, quer por correio ou por amigos ou qualquer outra forma. 

 

O facebook é o nosso melhor meio. Ela está regularmente online, coloca likes no que publicamos e por norma comenta quando apresentamos novas peças. A mensagem rapidamente chegará ate ela. No entanto nós sabemos que provavelmente a peça nunca irá voltar mas para a próxima, se ela tiver a lata de voltar, já vamos estar mais atentos e ela também há-de perceber.

 

Nunca é fácil controlar todos os passos dos clientes que aqui entram mas aos poucos vamos aprendendo. Agora estamos a informar-nos sobre sistemas de vídeo vigilância e, em breve, vamos instalar um. Por agora fixamos cartazes com a típica frase "sorria está a ser filmado" e colocamos uma câmara para despistar. Pode ser que já afugente algumas pessoas.

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