O que nos fica na memória
Ontem aconteceu algo que de certeza nunca mais vou conseguir esquecer. No final da formação que estou a frequentar uma rapariga teve uma convulsão. Ninguém, para além do namorado, sabia que ela sofria destas crises por isso fomos todos apanhados de surpresa. Quase ninguém teve reacção para o que estava a acontecer. Nem mesmo o formador.
Quando nos apercebemos da situação já o namorado estava a colocar-lhe algo na boca e a deita-la no chão para que ela não se magoasse. Lembro-me apenas disso e de sons. De gritos e de respiração ofegante...
Não houve tempo para muito até porque o formador nos mandou logo embora. No entanto, no meio de toda esta situação fica o sentimento de frustração por não conseguir ajudar. E um sentimento ainda mais forte de culpa. Culpa porque ainda no intervalo anterior tínhamos estado a falar do quão arrogante a rapariga parecia. E afinal, provavelmente toda aquela arrogância deveria ser apenas um mecanismo de defesa para o "problema" dela.
Na 3ª voltamos á formação. Até lá ficam as imagens e os sons de todo este episódio e toda a preocupação inerente a ele.